O mal-estar social na Grécia deve merecer da nossa parte e, sobretudo dos políticos que gerem os destinos da União Europeia, uma reflexão. Esse clima de agitação social encontrará raízes na sociedade grega, nas suas idiossincrasias, e será também, por certo, fruto da actual governação de Karamalis. Não obstante de todas a argumentação que possa ser elencada a esse respeito, a situação grega é também um reflexo de um descontentamento que varre a Europa e que pode, se os dirigentes políticos europeu não tomarem as medidas necessárias, alastrar a outros países da Europa. A corrupção, os desequilíbrios sociais imorais e a degradação do poder de compra da classe média constituem condições tendentes ao aparecimento de revoltas populares e desacreditação do sistema democrático. Há aqui uma estreita margem de manobra política que passa pelo reforço e melhoramento da justiça e por uma melhor redistribuição da riqueza agora mais escassa. Porque esta é uma crise profunda de um estilo de vida. Uma crise energética mais do que financeira. Depois desta crise o Ocidente opulento e gastador se-lo-à menos por via do crescimento das chamadas potências emergentes, nomeadamente os BRIC.
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